domingo, 28 de fevereiro de 2010

1988

"O primeiro amor dá demasiadas alegrias, mais do que a alma foi concebida para suportar. É por isso que a alegria dói - porque parece que vai acabar de repente. E o primeiro amor dói sempre demais, sempre muito mais do que aguenta e encaixa o peito humano, porque a todo o momento se sente que acabou de acabar de repente. O primeiro amor não deixa de parte um único bocadinho de nós. Nenhuma inteligência ou atenção se consegue guardar para observá-lo. Fica tudo ocupado. O primeiro amor ocupa tudo. É inobservável. É difícil sequer reflectir sobre ele. O primeiro amor leva tudo e não deixa nada. (...) "

4 comentários:

  1. o primeiro amor é sempre a primeira desilusão e será sempre lembrado como tal. nao é possivel ser concertado. o tempo passou. o primeiro amor é a primeira mágoa, preferia nao ter amado de todo

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  2. isso é tão verdade. O primeiro amor marca sempre, sentimos sempre essa imenencia de fim. E o primeiro amor é assim o mais intenso, que leva tudo de nós, e que me assusta tanto

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  3. Há tanto tempo! :)

    Peço imensa desculpa por este meu desaparecimento súbito...podes crer que sou uma desnaturada.

    Já vi que por cá continua tudo no activo, e fazes muito bem ;)

    E, ainda por cima, regresso e deparo-me logo com esse excerto maravilhoso, que nada mais retrata a feliz ou triste realidade, já nem sei, por que todas passamos. Concordo plenamente com tudo que aí é dito, sem tirar nem pôr. Sabes que mais? Mesmo que pareça que tudo acabou, isso não é verdade...foi só o principio de uma longa caminhada. Por algum motivo também dizem que o amor se constrói, não é verdade? Às vezes temos a sorte de encontral logo o tal, outras vezes o mesmo não acontece... Mas acho que no fundo é dessas pequenas grandes coisas que a vida é feita. No fundo, só serve para nos deixar mais fortes...e claro, cada vez mais prontas para amar :)

    Beijinho grande *

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